EMBRATUR VAI APRESENTAR PROJETO DE LINHA DE CRÉDITO PARA PAÍSES DO MERCOSUL

dezembro 8th, 2017 por

Com foco nas viagens intrarregionais, o projeto, que será desenvolvido pela FGV, irá sistematizar ações que atraiam mais turistas para os países do bloco.

Presidente da Embratur, ministro da Argentina, ministra do Uruguai, representante do BID, ministra do Paraguai e ministro do Brasil. Foto: Roberto Castro/MTur

Os países do Mercosul vão intensificar as ações de promoção para aumentar a circulação de turistas dessas nações nos destinos dos vizinhos. Os ministros do Turismo do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai aprovaram uma sugestão do presidente da Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo) para que essas ações saiam do terreno das ideias e passem para a prática. Vinicius Lummertz anunciou que vai solicitar à Fundação Getúlio Vargas um estudo de consultoria no sentido de elaborar o “roteiro de projeto” para o projeto. Esse trabalho será apresentado na próxima reunião dos ministros do Mercosul, marcada para abril de 2018, no Paraguai.

“Uma circulação mais livre dos turistas argentinos ou uruguaios e paraguaios, com mais conectividade e mais investimento em promoção, vai beneficiar os destinos do Brasil, sem dúvida. E o mesmo vai acontecer em relação aos brasileiros nos países vizinhos”, destacou o presidente Vinicius Lummertz, na XIX reunião de ministros do turismo do Mercosul, que acontece nesta quinta-feira (7), em Maceió.

Ao lado dos ministros do Brasil, Marx Beltrão; da Argentina, Gustavo Santos; do Uruguai, Liliam Kechichián, e do Paraguai, Marcela Bacigalupo, Lummertz sugeriu, ainda, a formação de um grupo de trabalho para sistematizar essas ações, bem como a apresentação de um plano para buscar financiamento de organismos internacionais, como o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). O consultor do BID Francisco Castilho comentou que o banco poderá ser parceiro. Os ministros e o presidente da Embratur também analisaram a possibilidade de levar adiante as ações de sensibilização de mercados distantes, como Japão e China, utilizando maciçamente os meios digitais.

“Precisamos atrair os viajantes chineses, que são mais de 130 milhões, mas pouco mais de 100 mil chegam aos nossos países. Mas, não adianta ficarmos canalizando recursos somente para marcar posição. O digital é o futuro”, ponderou o ministro Marx Beltrão, que teve o apoio de todos os demais ministros.

O presidente da Embratur falou também a importância de destinos, como Maceió, cidade que vem crescendo no setor de turismo acima da média nacional, não ficarem presos a monocultura turística, como fazem alguns países.

“Aqui temos praias belíssimas, cultura e muita história. Aumentando a conectividade e oferecendo estrutura, como está acontecendo na capital alagoana, podemos atuar para ajudar a trazer o turista do Mercosul e depois da Europa. Já houve uma primeira leva de turismo em direção a Maceió nos anos 1980 e 1990. Depois, parece que o destino ficou meio quieto. Na verdade, estava se preparando para esse novo tempo. O crescimento do investimento em turismo de luxo, resorts, é evidente. Isso certamente será integrando ao crescimento de outros setores da economia”, disse Lummertz.

Ele destacou, ainda, um melhor aproveitamento do turismo náutico em todos os países do Mercosul: “É preciso desenvolver esse segmento entre os nossos países. Não só o marítimo como o fluvial, já que temos grandes rios navegáveis unindo os países do Mercosul. Sugiro que, em uma reunião conjunta sobre o assunto, passemos a integrar os representantes da inciativa privada. Vamos chamar os líderes da CLIA-Abremar (Cruise Lines International Association) e os das associações correspondentes nos demais países”, sugeriu Lummertz.

Na abertura do encontro, o ministro do Turismo do Brasil informou que o governo vem estudando regime fiscal diferenciado para investimento em maquinário destinado a parques temáticos. “Há muitos anos, o trade turístico do segmento espera por isso. Temos aqui, no Brasil, muitos parques que são conhecidos mundialmente, como o Beach Park e o Beto Carreiro. Temos agora uma perspectiva de receber parques mundiais, que não podemos citar o nome, mas que já procuraram o Ministério do Turismo, estudando áreas para entrar no Brasil. Se essa medida não avançar, eles não vêm e são parques que geram milhões de empregos”. De acordo com Marx Beltrão, os parques que existem no Brasil têm a perspectiva de investir R$ 2 bilhões nos próximos cinco anos, gerando 50 mil empregos.

Os ministros analisaram, ainda, a possibilidade de consolidação do projeto integrado das missões jesuíticas envolvendo Brasil, Paraguai e Argentina. Além disso, também serão discutidos nesta reunião assuntos relacionados à promoção conjunta de destinos, roteiros integrados e conectividade aérea.

FONTE: Assessoria de Comunicação da Embratur